Já lá vai o tempo em que os filhos eram criados à imagem dos pais e as suas vidas eram traçadas de acordo com os desejos e ou das tradições familiares.
A nossa geração quer dar o melhor às nossas crianças , sonhamos grandes sonhos para eles e por eles, queremos que sejam aquilo que nós não conseguimos ser.
Tentamos dar-lhes as melhores roupas, a melhor alimentação, os melhores brinquedos, enfim, as melhores escolas.
Não queremos que andem à chuva ou ao vento, que brinquem e se magoem na rua ou se firam com brinquedos caseiros, deixamo-los ver televisão na sala antes do jantar para nos darem um pouco de tempo para ler as noticias.
Outros pais com mais posses, vão mais longe e colocam televisão e um computador no quarto de cada filho, outros ainda preenchem-lhes o tempo com actividades, matriculando-os no inglês, informática, música, ginásios, etc.
Tivemos todos excelentes intenções, só não sabíamos que as Crianças precisam de ter infância, necessitam inventar, correr riscos, decepcionarem-se, terem tempo para brincar e encantarem-se com a vida.Estes seres estão em formação, requerem grande sensibilidade, compreensão a amor dos pais, educadores a adultos que de alguma forma tem responsabilidades na formação dos que serão os adultos de amanhã.
Já imaginaram o quanto a criatividade, a felicidade, a ousadia e a segurança de alguns adultos de hoje dependeu das matrizes da memória e da energia emocional das Crianças que foram ontem.
O Mundo está a mudar, e, as Crianças estão diferentes.
Educá-las exige a aplicação de novos métodos e conceitos.
É preciso estar sempre a aprender, pais e educadores têm de conhecer na plenitude a palavra
paciência.As Crianças de hoje conquistaram um lugar mais próximo, suscitam mais atenções, mas ainda assim, estão sujeitas a pressões e desafios impostos por esta sociedade dita moderna, vivendo na correria desenfreada da vida dos pais, os quais tem imensas tarefas a cumprir.
Expostas a inúmeras situações de stress, algumas delas são até agressivas, mas, quem convive com estas Crianças nem sempre tem disto consciência, seja por falta de conhecimento acerca dos males desta realidade diária, seja por falta de disponibilidade, ou mesmo incapacidade de promover mudanças que atenuem os seus efeitos.
Muitas vezes as nossas Crianças sofrem em silêncio, não sabendo lidar com o que sentem e, tudo acaba por emergir quando se impõem as primeiras decisões das suas tenras idades.
No desempenho escolar, nas relações sociais e na forma como gerem o seu tempo livre.
O dia a dia agitado leva-as a pensar rápido e a agir em velocidade acelerada.
Querem sempre mais e mais.
Percebem facilmente o mundo, desmontam.no e acabam por dominar-nos com atribuição de culpas.
Não é fácil, mas ainda é possível mudar a situação.
Ajudem-nos a ajudar as nossas crianças, façam crítica construtiva, digam-nos o que acham que está menos bem.
Se não têm tempo para falar, escrevam-nos.
Um feliz ano de 2009 e vamos unir esforços para vencer um novo ano cheio de incertezas mas com muito para fazer para bem das nossas crianças.
A Comissão de Gestão