segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Adivinha o quanto eu te amo...

Eram horas de ir para a cama, e o coelhinho agarrou-se firme nas longas orelhas do coelho pai.
Depois de ter certeza de que o pai coelho estava a ouvir, o coelhinho disse:
- Adivinha o quanto eu te amo?"
- Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar - respondeu o coelho pai.
- Isto tudo - disse o coelhinho, esticando os braços o mais que podia.

Só que o coelho pai tinha os braços mais compridos e disse:
- E eu amo-te isto tudo!
- Hum, isso é um bocado! - pensou o coelhinho.

- Eu amo-te toda a minha a altura. - disse o coelhinho.
- E eu amo-te toda a minha altura. - disse o coelho pai.
- Isso é bem alto! - pensou o coelhinho. - Eu também queria ter braços compridos.

Então o coelhinho teve uma ideia. Virou-se de cabeça para baixo, apoiando as patinhas na árvore, e gritou:
- Eu amo-te até as pontas dos dedos dos meus pés, pai!
- E eu amo-te até as pontas dos dedos dos teus pés. - disse o coelho pai, balançando o filho no ar.

- E eu amo-te toda a altura do meu pulo. - riu também o coelho pai, e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos da árvore.
- Isso é que é saltar! - pensou o coelhinho. - Bem que eu gostaria de pular assim."

- Eu amo-te toda a estradinha daqui até o rio. - gritou o coelhinho.
- Eu amo-te até depois do rio, até as colinas. - disse o coelho pai.
- É uma bela distância! - pensou o coelhinho.

Mas estava a ficar sonolento para continuar a pensar.
Então, ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite e concluiu: "Nada podia ser maior que o céu."
- Eu amo-te até a Lua! - disse ele, e fechou os olhos.
- Isso é muito longe! - falou o pai coelho - longe mesmo!

O coelho pai deitou o coelhinho na sua caminha de folhas, inclinou-se e deu-lhe um beijo de boa-noite. Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo:
- Eu amo-te até a Lua... ida e volta!

E você, já disputou alguma vez com seu filho quem gosta mais um do outro?
Geralmente as disputas são em torno de questões como quem joga futebol melhor, quem corre mais, quem vence mais etapas nos videojogos, quem colecciona mais troféus, etc.

A vida atarefada, o corre-corre, os inúmeros compromissos, por vezes afastam-nos das coisas simples como sentar na cama ao lado do filho e contar-lhe uma história, enquanto o sono não vem.
Acariciar-lhe os cabelos, segurar nas suas mãozinhas pequenas, fazer-lhe companhia para que se sinta seguro.

Deitar-se, sem pressa, ao seu lado quando ele vai para a cama, falar-lhe das coisas boas, ouvir com ele uma melodia suave para espantar os medos que tantas vezes ele não confessa.
Falar-lhe do afecto que sentimos por ele, do quanto ele é importante na nossa vida.
Dizer-lhe que um anjo bom guarda o seu sono e que Deus cuida de todos nós.

E se pensa que isso não é importante, talvez tenha esquecido das muitas vezes que arranjou uma boa desculpa para se aconchegar ao lado do pai ou da mãe nas noites de temporal...

Nenhum comentário: